O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar que tem suas origens na Antiguidade e recuperadas pelo Cristianismo, que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne nada vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. As cidades de Paris e Veneza foram os grandes modelos exportadores da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval francês para implantar suas novas festas carnavalescas.
Atualmente o Carnaval do Rio de Janeiro, Brasil é considerado um dos mais importantes desfiles do mundo. Em Portugal, existe uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os Carnavais de Podence, Ovar, Loulé, Sesimbra, Rio Maior, Torres Vedras e Sines, destacando-se o de Torres Vedras, Carnaval de Torres, por possuir o Carnaval mais antigo e dito o mais português de Portugal, que se mantém popular e fiel à tradição rejeitando o samba e outros estrangeirismos
O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado a liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
FESTA JUNINA!!!
O mês de junho é marcado por fogueiras, danças, comidas típicas e muitas bandeirinhas em todo o país, apesar das peculiaridades e características próprias de cada região brasileira.
A tradição de festejar o dia de São João veio de Portugal.
As comemorações se iniciam no dia 12/06, véspera do Dia de Santo Antônio e terminam no dia 29, dia de São Pedro. O auge da festa acontece entre os dias 23 e 24, o Dia de São João propriamente dito.
A quadrilha é uma dança francesa que surgiu no final do século XVIII e tem suas raízes nas antigas contradanças inglesas. Ela foi trazida ao Brasil no início do século XIX, passando a ser dançada nos salões da corte e da aristocracia.
Com o passar do tempo, a quadrilha passou a integrar o repertório de cantores e compositores brasileiros e tornou-se uma dança de caráter popular.
No Nordeste, as Festas Juninas são um evento tão grande quanto o Carnaval carioca. A festa de Campina Grande, na Paraíba, atrai milhares de pessoas e disputa com Caruaru, em Pernambuco, o título de maior São João do Mundo!!!
O Prato Feito colocou a sua disposição tudo que precisa para fazer seu próprio Arraiá : as danças, o folclore e o mais importante, as receitas!!!
Divirta-se nessa grande festa do nosso folclore com a famíla e amigos. Você vai curtir muito!
A tradição de festejar o dia de São João veio de Portugal.
As comemorações se iniciam no dia 12/06, véspera do Dia de Santo Antônio e terminam no dia 29, dia de São Pedro. O auge da festa acontece entre os dias 23 e 24, o Dia de São João propriamente dito.
A quadrilha é uma dança francesa que surgiu no final do século XVIII e tem suas raízes nas antigas contradanças inglesas. Ela foi trazida ao Brasil no início do século XIX, passando a ser dançada nos salões da corte e da aristocracia.
Com o passar do tempo, a quadrilha passou a integrar o repertório de cantores e compositores brasileiros e tornou-se uma dança de caráter popular.
No Nordeste, as Festas Juninas são um evento tão grande quanto o Carnaval carioca. A festa de Campina Grande, na Paraíba, atrai milhares de pessoas e disputa com Caruaru, em Pernambuco, o título de maior São João do Mundo!!!
O Prato Feito colocou a sua disposição tudo que precisa para fazer seu próprio Arraiá : as danças, o folclore e o mais importante, as receitas!!!
Divirta-se nessa grande festa do nosso folclore com a famíla e amigos. Você vai curtir muito!
domingo, 13 de maio de 2007
Nova prótese auditiva filtra sons indesejados
Com aparelho desenvolvido na UnB, usuário poderá escolher o que ouvir. Novidade está em fase de testes, mas irá fornecer melhora na qualidade de vida.
Um novo aparelho auditivo capaz de selecionar um som específico que o usuário queira ouvir, melhorando sua qualidade de vida em ambientes com muitos ruídos, está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). A novidade ainda está em processo de construção do protótipo, mas deve permitir no futuro que um aluno em sala de aula, por exemplo, escolha a direção de sensibilidade da prótese para a voz da professora. Deste modo, mesmo que ela ou o aluno se movam, o aparelho “ressaltaria” sua voz, eliminando outros barulhos. “Na prótese convencional, o aparelho amplifica todos os sons. A idéia é que o usuário possa escolher qual locutor quer ouvir. Em simulações, ele funciona. Vamos agora para a aplicação prática, tentando contornar problemas como qualidade, tipo de processamento, tempo e tamanho”, disse ao G1 Ricardo Zelenovsky, professor adjunto do Departamento de Enegenharia Elétrica da UnB, coordenador do projeto, que também conta com a participação de alunos.
A construção do aparelho é baseada em uma série de microfones, com um certo espaçamento entre eles. O som, uma onda que se propaga pelo ar, chega com variedades de atraso aos microfones, dependendo de sua direção. Por eles, é possível construir um algoritmo que deixa passar sinais com determinados atrasos e rejeita os dos demais -- o sinal escolhido fica melhor do que os outros. Por isso, o sistema seria melhor para ambientes nos quais o usuário quer escutar apenas uma fonte de som.
O conceito não é novo, mas o pesquisador desconhece próteses auditivas no mercado com essa aplicação. Segundo ele, o aparelho provavelmente poderia ser utilizado por todas as pessoas que utilizam as próteses convencionais.
Limitações
Um dos problemas para sua aplicação é o tamanho -- os microfones pedem um espaçamento que está relacionado com a qualidade do som. “O equipamento ideal seria grande para a utilização no dia-a-dia. Por isso, vamos partir desse tamanho necessário e ir diminuindo, verificando as perdas de qualidade e vendo se isso vale à pena”, explica Zelenovsky. A intenção da equipe e incorporar o aparelho a um objeto comum, como óculos. “Deste modo, o usuário poderia, por exemplo, olhar para a fonte de som escolhida, acionar um dispositivo, e então a prótese passaria a privilegiar as ondas vindas desta direção.”
O seguimento do som é outra questão que merece destaque. Mesmo conseguindo determinar a fonte escolhida, há problemas para segui-la se ela estiver em movimento, no caso de um professor na sala de aula. Além disso, o sistema também deve conseguir acompanhar o locutor mesmo que a base mude de posição -- no mesmo exemplo, seria necessário continuar seguindo a voz do professor, mesmo que o aluno se movesse. “Em testes, já conseguimos a primeira etapa, seguir o som com a base parada. Mas continuamos em processo de desenvolvimento”, explica o professor.
O novo aparelho auditivo ainda está em processo de desenvolvimento e não há prazo para seu lançamento, devido à necessidade de financiamento. Zelenovsky afirma que o projeto está sendo direcionado para a construção de um dispositivo de preço acessível -- porém, devido à sua complexidade, o valor deve ser superior ao das próteses atualmente utilizadas.
Um novo aparelho auditivo capaz de selecionar um som específico que o usuário queira ouvir, melhorando sua qualidade de vida em ambientes com muitos ruídos, está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). A novidade ainda está em processo de construção do protótipo, mas deve permitir no futuro que um aluno em sala de aula, por exemplo, escolha a direção de sensibilidade da prótese para a voz da professora. Deste modo, mesmo que ela ou o aluno se movam, o aparelho “ressaltaria” sua voz, eliminando outros barulhos. “Na prótese convencional, o aparelho amplifica todos os sons. A idéia é que o usuário possa escolher qual locutor quer ouvir. Em simulações, ele funciona. Vamos agora para a aplicação prática, tentando contornar problemas como qualidade, tipo de processamento, tempo e tamanho”, disse ao G1 Ricardo Zelenovsky, professor adjunto do Departamento de Enegenharia Elétrica da UnB, coordenador do projeto, que também conta com a participação de alunos.
A construção do aparelho é baseada em uma série de microfones, com um certo espaçamento entre eles. O som, uma onda que se propaga pelo ar, chega com variedades de atraso aos microfones, dependendo de sua direção. Por eles, é possível construir um algoritmo que deixa passar sinais com determinados atrasos e rejeita os dos demais -- o sinal escolhido fica melhor do que os outros. Por isso, o sistema seria melhor para ambientes nos quais o usuário quer escutar apenas uma fonte de som.
O conceito não é novo, mas o pesquisador desconhece próteses auditivas no mercado com essa aplicação. Segundo ele, o aparelho provavelmente poderia ser utilizado por todas as pessoas que utilizam as próteses convencionais.
Limitações
Um dos problemas para sua aplicação é o tamanho -- os microfones pedem um espaçamento que está relacionado com a qualidade do som. “O equipamento ideal seria grande para a utilização no dia-a-dia. Por isso, vamos partir desse tamanho necessário e ir diminuindo, verificando as perdas de qualidade e vendo se isso vale à pena”, explica Zelenovsky. A intenção da equipe e incorporar o aparelho a um objeto comum, como óculos. “Deste modo, o usuário poderia, por exemplo, olhar para a fonte de som escolhida, acionar um dispositivo, e então a prótese passaria a privilegiar as ondas vindas desta direção.”
O seguimento do som é outra questão que merece destaque. Mesmo conseguindo determinar a fonte escolhida, há problemas para segui-la se ela estiver em movimento, no caso de um professor na sala de aula. Além disso, o sistema também deve conseguir acompanhar o locutor mesmo que a base mude de posição -- no mesmo exemplo, seria necessário continuar seguindo a voz do professor, mesmo que o aluno se movesse. “Em testes, já conseguimos a primeira etapa, seguir o som com a base parada. Mas continuamos em processo de desenvolvimento”, explica o professor.
O novo aparelho auditivo ainda está em processo de desenvolvimento e não há prazo para seu lançamento, devido à necessidade de financiamento. Zelenovsky afirma que o projeto está sendo direcionado para a construção de um dispositivo de preço acessível -- porém, devido à sua complexidade, o valor deve ser superior ao das próteses atualmente utilizadas.
sábado, 12 de maio de 2007
Experimento revela segredo dos morcegos

Movimento de asas dos mamíferos é totalmente diferente do das aves, revela estudo.Animais foram filmados em túnel de vento cheio de 'neblina' e luzes de laser
Sem a chance de usar as penas para facilitar seu vôo, os morcegos desenvolveram sua própria solução "tecnológica" para se tornarem máquinas voadoras hábeis, afirma um estudo na revista "Science" desta semana. Em alguns momentos, os bichos praticamente viram do avesso as asas para conseguir um vôo energeticamente eficiente.
Os cientistas sempre se perguntaram como os morcegos conseguem manobrar de forma tão precisa no ar sem algumas das vantagens das aves, como penas que se abrem para deixar o ar passar durante a batida de asas. Para entender como os morcegos voam tão bem sem essa "aparelhagem", a equipe liderada por Anders Hedenström, da Universidade Lund, na Suécia, usou uma espécie pequena que se alimenta de néctar, o morcego Glossophaga soricina.
Em experimentos, o bicho foi posto para voar numa instalação permeada por uma névoa e por feixes de laser, que permitiam aos cientistas ver a interação entre as asas do bicho e o ar. A análise das imagens permitiu comprovar que os bichos geram vórtices ("redemoinhos") específicos de ar em torno de suas asas, chegando a virar parte delas do avesso durante o vôo. O truque permite que, mesmo com poucas batidas de asas, eles permaneçam no ar de forma eficiente.
Os cientistas sempre se perguntaram como os morcegos conseguem manobrar de forma tão precisa no ar sem algumas das vantagens das aves, como penas que se abrem para deixar o ar passar durante a batida de asas. Para entender como os morcegos voam tão bem sem essa "aparelhagem", a equipe liderada por Anders Hedenström, da Universidade Lund, na Suécia, usou uma espécie pequena que se alimenta de néctar, o morcego Glossophaga soricina.
Em experimentos, o bicho foi posto para voar numa instalação permeada por uma névoa e por feixes de laser, que permitiam aos cientistas ver a interação entre as asas do bicho e o ar. A análise das imagens permitiu comprovar que os bichos geram vórtices ("redemoinhos") específicos de ar em torno de suas asas, chegando a virar parte delas do avesso durante o vôo. O truque permite que, mesmo com poucas batidas de asas, eles permaneçam no ar de forma eficiente.
Grupo vê estrela nascida logo após o Big Bang

Grupo vê estrela nascida logo após o Big Bang
Hoje idoso, objeto surgiu "só" 500 milhões de anos após a origem do Universo. Estudo dá pistas de como deve ter sido a química no princípio do cosmos.
Um grupo de astrônomos nos Estados Unidos acaba de descobrir uma estrela que por pouco não foi "testemunha ocular" do início do Universo. Enquanto estima-se que o famoso Big Bang tenha ocorrido cerca de 13,7 bilhões de anos atrás, esse astro recém-identificado parece estar por aí pelos últimos 13,2 bilhões de anos. Trata-se de um astro chamado HE 1523-0901, localizado na borda da Via Láctea, a galáxia na qual o Sistema Solar está inserido. A estrela anciã no momento vive a fase conhecida como "gigante vermelha" -- uma das últimas etapas na vida de astros similares ao Sol. "É verdade, mas essa estrela ainda vai estar aí por um bom tempo", disse ao G1 a astrônoma alemã Anna Frebel, da Universidade do Texas. Ela liderou a pesquisa, que saiu publicada na última edição do periódico científico "Astrophysical Journal". A HE 1523-0901 é um pouco menor que o Sol (com 80% de sua massa) e, por isso, vive naturalmente um pouco mais que ele. Para calcular a idade de uma estrela dessas, os cientistas têm de confiar num método parecido com o do carbono-14 (velho conhecido das datações arqueológicas), só que adaptado para as escalas de tempo cósmicas. A idéia por trás de ambos os sistemas é que certos elementos possuem um tempo de vida médio, antes de decaírem e se transformarem em outros átomos. Sabendo em que tempo médio certos átomos levam para virar outros e comparando a proporção entre um e outro tipo numa dada amostra, é possível estimar há quanto tempo eles estão por lá.
Foi justamente comparando as presenças de átomos de urânio e tório (elementos radioativos, que tendem a se transformar) com chumbo (o resultado), usando como calibradores os elementos estáveis európio, ósmio e irídio, que Frebel e seus colegas conseguiram extrair a idade dessa estrela: ela nasceu apenas cerca de 500 milhões de anos após o Big Bang. As observações foram feitas do Observatório Europeu do Sul, no Chile.
Ilustração mostra como "relógios cósmicos" de elementos radioativos podem ser usados para cálculo da idade estelar
Química cósmica
Embora seja muito velha, essa estrela certamente não foi a primeira a surgir no Universo. Ela foi precedida por outras, ainda mais antigas, que já não existem mais -- elas teriam sido compostas apenas pelos elementos originários da "grande explosão" que deu início ao cosmos: hidrogênio e hélio. A partir dessa matéria-prima, elas criaram os demais elementos químicos (processo conhecido como "nucleossíntese").
Mas essas estrelas pioneiras tiveram vida curtíssima (cerca de 1 milhão de anos), após o quê explodiram, produzindo as primeiras supernovas. Na explosão, os elementos pesados foram espalhados pelo cosmos, para que pudessem ser incorporados à geração seguinte de estrelas -- da qual o astro recém-descoberto faz parte. Encontrar um astro tão antigo quanto a HE 1523-0901 é raríssimo. Até hoje, somente uma outra estrela tem idade semelhante -- foi um astro do mesmo tipo descoberto em 2001 por um grupo que teve a participação de Beatriz Barbuy, astrônoma da Universidade de São Paulo. E o mais engraçado é que os cientistas têm "segundas intenções" sobre essas estrelas -- não é só questão de estudá-las; eles querem usá-las para sondar indiretamente o que estava rolando no Universo antes. "Um dos nosso objetivos é descobrir e entender o que estava acontecendo, quimicamente, após o Big Bang", diz Frebel. "Essa informação química pode ser extraída de astros desse tipo."
Hoje idoso, objeto surgiu "só" 500 milhões de anos após a origem do Universo. Estudo dá pistas de como deve ter sido a química no princípio do cosmos.
Um grupo de astrônomos nos Estados Unidos acaba de descobrir uma estrela que por pouco não foi "testemunha ocular" do início do Universo. Enquanto estima-se que o famoso Big Bang tenha ocorrido cerca de 13,7 bilhões de anos atrás, esse astro recém-identificado parece estar por aí pelos últimos 13,2 bilhões de anos. Trata-se de um astro chamado HE 1523-0901, localizado na borda da Via Láctea, a galáxia na qual o Sistema Solar está inserido. A estrela anciã no momento vive a fase conhecida como "gigante vermelha" -- uma das últimas etapas na vida de astros similares ao Sol. "É verdade, mas essa estrela ainda vai estar aí por um bom tempo", disse ao G1 a astrônoma alemã Anna Frebel, da Universidade do Texas. Ela liderou a pesquisa, que saiu publicada na última edição do periódico científico "Astrophysical Journal". A HE 1523-0901 é um pouco menor que o Sol (com 80% de sua massa) e, por isso, vive naturalmente um pouco mais que ele. Para calcular a idade de uma estrela dessas, os cientistas têm de confiar num método parecido com o do carbono-14 (velho conhecido das datações arqueológicas), só que adaptado para as escalas de tempo cósmicas. A idéia por trás de ambos os sistemas é que certos elementos possuem um tempo de vida médio, antes de decaírem e se transformarem em outros átomos. Sabendo em que tempo médio certos átomos levam para virar outros e comparando a proporção entre um e outro tipo numa dada amostra, é possível estimar há quanto tempo eles estão por lá.
Foi justamente comparando as presenças de átomos de urânio e tório (elementos radioativos, que tendem a se transformar) com chumbo (o resultado), usando como calibradores os elementos estáveis európio, ósmio e irídio, que Frebel e seus colegas conseguiram extrair a idade dessa estrela: ela nasceu apenas cerca de 500 milhões de anos após o Big Bang. As observações foram feitas do Observatório Europeu do Sul, no Chile.
Ilustração mostra como "relógios cósmicos" de elementos radioativos podem ser usados para cálculo da idade estelar
Química cósmica
Embora seja muito velha, essa estrela certamente não foi a primeira a surgir no Universo. Ela foi precedida por outras, ainda mais antigas, que já não existem mais -- elas teriam sido compostas apenas pelos elementos originários da "grande explosão" que deu início ao cosmos: hidrogênio e hélio. A partir dessa matéria-prima, elas criaram os demais elementos químicos (processo conhecido como "nucleossíntese").
Mas essas estrelas pioneiras tiveram vida curtíssima (cerca de 1 milhão de anos), após o quê explodiram, produzindo as primeiras supernovas. Na explosão, os elementos pesados foram espalhados pelo cosmos, para que pudessem ser incorporados à geração seguinte de estrelas -- da qual o astro recém-descoberto faz parte. Encontrar um astro tão antigo quanto a HE 1523-0901 é raríssimo. Até hoje, somente uma outra estrela tem idade semelhante -- foi um astro do mesmo tipo descoberto em 2001 por um grupo que teve a participação de Beatriz Barbuy, astrônoma da Universidade de São Paulo. E o mais engraçado é que os cientistas têm "segundas intenções" sobre essas estrelas -- não é só questão de estudá-las; eles querem usá-las para sondar indiretamente o que estava rolando no Universo antes. "Um dos nosso objetivos é descobrir e entender o que estava acontecendo, quimicamente, após o Big Bang", diz Frebel. "Essa informação química pode ser extraída de astros desse tipo."
Papa admite fuga de fiéis, mas critica reformistas
Em encontro com bispos nesta sexta, o papa Bento 16 falou, pela primeira vez desde que chegou ao Brasil, diretamente da questão da diminuição do número de católicos. Bento 16 apontou o secularismo e, principalmente, a falta de empenho evangelizador como principais causas do problema. Mas apontou posições conservadoras como soluções, criticando os movimentos de reforma dentro da própria Igreja. O encontro reuniu religiosos na catedral da Sé, no centro de São Paulo, e foi o último evento de Bento 16 na capital paulista. O papa chegou ao centro de São Paulo de papamóvel, e segue da mesma forma para o Campo de Marte, onde embarca em um helicóptero para a cidade de Aparecida, onde tem compromissos no fim de semana.Ao destacar o problema da dissidência de fiéis católicos, disse "parecer claro" que a causa principal do problema estaria na "falta de uma evangelização em que Cristo e a sua Igreja estejam no centro de toda explanação". Essa falta de força evangelizadora da própria Igreja seria o que, na opinião de Bento 16, faria com que os "batizados não suficientemente evangelizados" se tornassem "incapazes de resistir" ao "proselitismo agressivo das seitas".Em uma tentativa de aumentar esta "força evangelizadora", a Igreja Católica defende a obrigatoriedade do ensino de religião na escola pública brasileira. Pressões seculares MISSA DE CANONIZAÇÃO Papa beija altar no início da missa em que o primeiro santo brasileiro foi consagrado Mais de 800 mil pessoas foram ao Campo de Marte para a canonização Mas o papa criticou também as pressões seculares e sua influência social e política. Ele disse que as uniões livres e o divórcio são uma "ferida". "Como não sentir tristeza em nossas almas?", completou. "É verdade que os tempos de hoje são difíceis para a Igreja e muitos dos seus filhos estão atribulados. A vida social está atravessando momentos de confusão desnorteadora", disse."Ataca-se impunemente a santidade do matrimônio e da família, iniciando-se por fazer concessões diante de pressões capazes de incidir negativamente sobre os processos legislativos; justificam-se alguns crimes contra a vida em nome dos direitos da liberdade individual."Bento 16 manteve a mesma linha ao criticar ainda movimentos reformistas dentro da Igreja, falando explicitamente daqueles que questionam a necessidade do celibato para seus sacerdotes, "dando-se preferência às questões ideológicas e políticas, inclusive partidárias". Mas outros movimentos, como a Teologia da Libertação, também foram indiretamente criticados no discurso que pede menos flexibilidade na vivência religiosa: "não basta observar a realidade a partir da fé; é preciso trabalhar com o Evangelho nas mãos e fundamentados na correta herança da Tradição Apostólica, sem interpretações movidas por ideologias racionalistas", declarou.No que se refere ao celibato apostólico, o Papa demonstrou que não aprova qualquer questionamento desse princípio "no seio da Igreja". O pontífice alerta, no caso dos jovens sacerdotes, que um "assíduo acompanhamento espiritual é indispensável para favorecer o amadurecimento humano e evita os riscos de desvios no campo da sexualidade", disse. "O celibato é um dom que a Igreja recebeu e quer guardar, convencida de que ele é um bem para ela e para o mundo", concluiu.SocialOs princípios da Igreja também foram cobrados por Bento 16 no combate à pobreza e desigualdade social no país, não apenas nas ações dos fiéis, mas também de políticos e empresários. "Uma visão da economia e dos problemas sociais, a partir da perspectiva da doutrina social da igreja, leva a considerar as coisas sempre do ponto de vista da dignidade do homem", disse. "Deve-se, por isso, trabalhar incansavelmente para a formação dos políticos, dos brasileiros que têm algum poder decisório, grande ou pequeno e, em geral, de todos os membros da sociedade, de modo que assumam plenamente as próprias responsabilidades e saibam dar um rosto humano e solidário à economia."Mas pela caridade também passaria o esforço evangelizador citado inicialmente, segundo Bento 16. "O povo pobre das periferias urbanas ou do campo precisa sentir a proximidade da igreja, seja no socorro das suas necessidades mais urgentes, como também na defesa dos seus direitos e na promoção comum de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz", afirmou.
Papa canoniza 1º santo brasileiro e exalta "belo exemplo" de Frei Galvão
MISSA DE CANONIZAÇÃO Papa beija altar no início da missa em que o primeiro santo brasileiro foi consagrado Mais de 800 mil pessoas foram ao Campo de Marte para a canonização Em cerimônia celebrada pelo papa Bento 16 e presenciada por cerca de 800 mil fiéis no Campo de Marte, em São Paulo, o primeiro santo nascido em território nacional foi consagrado: Santo Antonio de Sant'Anna Galvão, novo nome pelo qual passará a ser conhecido o Frei Galvão."Declaramos e definimos como santo o beato Antônio de Sant'Anna Galvão. O inscrevemos na lista dos santos e estabelecemos que em toda a igreja ele seja devotamente honrado entre os santos", declarou o papa.Após os rituais que consagraram o santo brasileiro, como a leitura de textos litúrgicos, sessões de canto gregoriano e música ecumênica, que duraram mais de uma hora, Bento 16 pronunciou-se, enaltecendo o homenageado."Galvão era zeloso, sábio e prudente, uma característica de quem ama de verdade. A conversão dos pecadores era a grande paixão de nosso santo", disse o papa durante a cerimônia. "Sinto-me feliz porque a elevação de Frei Galvão aos altares ficará para sempre emoldurada na liturgia que hoje a Igreja nos oferece".As pessoas já se aglomeraram na porta do Campo de Marte às 23h de quinta-feira. Os portões foram abertos às 2h e, durante a madrugada, a multidão foi embalada por padres carismáticos, ala que utiliza cantos e danças para reverenciar Cristo. Foi para essas pessoas que o papa Bento 16 dirigiu um discurso austero, pedindo uma vida casta, como fez no estádio do Pacaembu no dia anterior."Que belo exemplo a seguir deixou-nos Frei Galvão. Como soam atuais para nós que vivemos numa época tão cheia de hedonismo, as palavras que aparecem na cédula de consagração de sua castidade 'tirai-me antes a vida que ofender o vosso bendito Filho, meu Senhor'. São palavras fortes, de uma alma apaixonada, que deveriam fazer parte da vida normal de cada cristão, seja ele consagrado ou não, e que despertam desejos de fidelidade a Deus, dentro e fora do matrimônio". "QUE BELO SOL", DIZ PAPA De manhã, momentos antes de deixar o Mosteiro de São Bento, o papa saudou os fiéis e festejou o dia ensolarado. "Que belo sol", disse, na sacada blindada do local em que está hospedado em São Paulo.Por volta das 9h, Bento 16 chegou ao Campo de Marte em um veículo fechado. Em seguida, entrou no papamóvel e desfilou, acenando e sorrindo, para os fiéis, por cerca de 15 minutos, até chegar ao palco para a celebração da missa.Mais tarde, após a consagração do primeiro santo brasileiro, Bento 16 manteve a simpatia exibida na visita ao país. "Alegra-me que através dos meios de comunicação minhas palavras e expressões do meu afeto possam entrar em cada casa e em cada coração. Tenham certeza: o papa vos ama. E ama porque Jesus Cristo vos ama", disse o papa, antes de iniciar a leitura de seu discurso.Bento 16, então, elogiou a "imensa caridade" de Galvão por "servir o povo sempre quando era solicitado" e convocou os presentes a renovar "com profunda humildade, nossa fé, como fazia Frei Galvão, em atitude de constante adoração".A estimativa da Polícia Militar é que havia 800 mil pessoas, enquanto a SPTuris, que participou da organização, calculou a presença de 1,2 milhão de fiéis -ambos os números abaixo da expectativa da Igreja, que esperava 1,5 milhão. Entre os que assistiram à missa, estavam nove freiras enclausuradas, que vivem atrás de grades no Mosteiro da Luz e receberam permissão para comparecer à celebração. As religiosas ficaram em área isolada, longe da imprensa.Também compareceram à cerimônia entre 300 e 400 parentes do novo santo, que vieram em dez ônibus de Guaratinguetá e ficaram em uma área reservada, assim como os deficientes e religiosos. "A vida do Brasil vai mudar com o santo brasileiro. A força do Brasil é imensa", disse Cecília Leite Galvão. Eles foram os principais contribuintes para bancar o processo de canonização do ascendente.O primeiro santo brasileiroSanto Antonio de Sant'Anna Galvão nasceu em Guaratinguetá, interior de São Paulo, em 1739, e morreu em 1822. Vivo, já era chamado de santo, mas o status oficial só chegou agora, quase dois séculos depois de sua morte."As características marcantes de Frei Galvão eram a bondade e a caridade", afirma Irmã Célia, responsável pela reunião de documentos que permitiram a santificação do brasileiro e que, nesta sexta, subiu ao palco e beijou a mão de Bento 16. DATAS DA VIDA DE SANTOANTONIO DE SANT'ANNA GALVÃO 1739 Antônio Galvão de França nasce em 1739, em Guaratinguetá (SP). 1752: Ingressa no Seminário dos Padres Jesuítas na Bahia, onde permanece até 1756. 1760: Recebe o hábito de São Francisco, no Rio de Janeiro. Pouco depois, muda-se para São Paulo 1774: Funda o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido como Mosteiro da Luz, na capital paulista 1798: É definido pelos legisladores paulistas como "homem da paz e da caridade". 1822: Morre. É enterrado no Mosteiro da Luz Uma das grandes obras da vida do santo foi a construção do Mosteiro da Luz, entre 1774 e 1802 sob o comando de Frei Galvão. Mesmo sem conhecimentos arquitetônicos, o religioso fez o papel de projetista e engenheiro, além de atuar como mestre-de-obras e pedreiro.Frei Galvão costumava percorrer várias cidades a pé e era bastante procurado pelos doentes. Entre 1785 e 1788, em suas andanças, surgiu a inspiração para suas famosas pílulas - na verdade, pequenas tiras de papel com uma oração em latim para a Virgem Maria: "Depois do parto, Ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercede por nós!". Conta-se que o religioso teria encontrado um rapaz à beira da morte, sofrendo com cólicas renais. Em um pedaço de papel, ele escreveu a oração e pediu que o enfermo a tomasse como remédio. O jovem então expeliu um grande cálculo. Em outro caso, um senhor teria pedido socorro para a mulher, que estava com complicações no parto. Novamente, a cura passou pelo papel com a oração para a Virgem Maria.As pílulas também estão por trás dos dois milagres que levaram o religioso à beatificação e à canonização. Uma cura de 1990 rendeu a Frei Galvão o título de beato oito anos depois. Em 1999, um novo caso legitimou a canonização. Ambos os milagres, portanto, ocorridos mais de 150 anos após sua morte.*colaborou Gabriela Sylos
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